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A Indústria 4.0 e a Inovação
Por Francisco Uchôa*
A exemplo do que aconteceu com o movimento pela qualidade há menos de três décadas, a eficiência, a produtividade e a rapidez de entrega perseguidas no movimento lean manufacturing também estão passando a ser condição comum apenas necessária para a competitividade. Em outras palavras, a produção enxuta eficiente e com qualidade não mais configura diferencial competitivo de significado absoluto, embora continue a ser imprescindível para a indústria. É como se todo esse esforço otimizador, para o qual muitos de nós dedicamos nossa mais generosa energia, houvesse trazido até aqui somente um fator qualificador importante, porém insuficiente em si para a competitividade em escala global.
E o que seria, hoje, o fator chave para a competitividade industrial? Acredita-se que esse fator pode ser entendido como o potencial de criação permanente de novo valor econômico e social. Traduzindo: a inovação! Pode-se dizer que a inovação não se expressa mais apenas pelo fornecimento, ao mercado, de novos bens duráveis ou de consumo.
A inovação vai além, fazendo a entrega direta, aos usuários, de “pacotes de valor”, constituídos de produtos tangíveis e serviços diversos, destinados a levar, até eles, soluções customizadas para sua satisfação. E a indústria 4.0 é o portal de entrada para este tipo abrangente de inovação.
É fato que a indústria 4.0 ainda não configura um modelo pronto e acabado da 4ª revolução industrial, com toda a sua potencialidade já posta a serviço da sociedade. No entanto, ela está indo ao encontro das necessidades de inovação já instaladas, de modo que a indústria posiciona-se para dar vazão à potencialidade da indústria 4.0. Veja-se a transfiguração dos investimentos industriais nas economias desenvolvidas, que estão dando importância crescente aos investimentos em recursos produtivos intangíveis (P&D, patentes, software, treinamento, capacitação) de modo que o valor de mercado das empresas dessas economias está mais fortemente constituído desses recursos do que dos tradicionais bens tangíveis de capital (máquinas e equipamentos).
Outro aspecto que pavimenta o caminho para a indústria 4.0 é a importância que a economia industrial moderna atribui à atuação em redes de negócios, em vez de foco exclusivo em unidades isoladas de produção. Esse contexto econômico e mercadológico estimula as organizações de ensino e pesquisa a contribuir para o desenvolvimento da indústria 4.0, contribuindo para a construção dos seus sistemas cyber-físicos conectados em redes de informação, integrando grandes cadeias de agregação de valor.
Portanto, é chegado o momento das Universidades, Institutos e Centros de Pesquisa Tecnológica engajarem-se no esforço de fazer a nascente indústria 4.0 produzir seus benefícios para a sociedade, particularmente no caso brasileiro, quando não interessa mais seguir, a posteriori, os passos tomados pela indústria de países mais desenvolvidos. Precisamos caminhar, agora, juntos com todos.
Um ponto que não pode ser desconsiderado é o reconhecimento do verdadeiro potencial criador de valor da indústria 4.0. A conexão de equipamentos produtivos pela internet das coisas (IoT), o uso de big data e computação em nuvem, bem como o gerenciamento de performance de negócios (EPM) são recursos muito poderosos para serem empregados apenas na melhoria da eficiência e da produtividade. Quando assim acontece, os referidos recursos ficam subutilizados, a serviço de mera automação típica da 3ª revolução industrial que estamos ultrapassando.
Assim, o nosso empenho é o de avançar, na medida da nossa competência, com o esforço de ampliar a indústria 4.0, aplicada aos novos modelos de negócio, com autêntica customização de produtos/serviços (por intermédio da entrega dos “pacotes de valor”), em que as novas tecnologias permitirão que os sistemas produtivos cheguem à presença do cliente, onde quer que ele se encontre, levando para ele uma solução de satisfação de necessidade.
*Francisco Uchôa é doutor em Administração (2000) e mestre em Administração (1995) pela Universidade de São Paulo (USP). Possui graduação em Engenharia Química (1971) pela Universidade Federal do Ceará. Atualmente é professor do Centro Universitário SENAI CIMATEC. Tem uma trajetória acadêmica e de prática gerencial na área da Administração Industrial de mais de 40 anos, atuando principalmente em gestão da produção/operações, gestão da tecnologia, gestão de sistemas de informação, gestão do conhecimento e estratégia industrial. Seus objetos preferenciais de pesquisa são a empresa industrial, os arranjos produtivos manufatureiros e os setores produtivos industriais.
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